quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Alberto Caeiro (Carlos)






Alberto Caeiro, o segundo do célebre trio de heterónimos a surgir na cabeça de Pessoa , considerado o “mestre” de todos os Heterónimos, um dos mais importantes a representar e a chefiar a expressão do sensacionismo.



Mestre, pois a poesia nele era a considerada a mais verdadeira e honesta, apesar de o mau português deste.



Esta personagem idealizada e criada por Fernando Pessoa, nasceu no dia 16 de Abril de 1889 e tendo vivido os seus últimos dias em 1915 vítima de tuberculose.











De acordo com Pessoa, Alberto Caeiro nasceu em Lisboa, mas passou muito da sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária, morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia-avó. Era um “Guardador de Rebanhos”.



Fisicamente, era loiro, olhos azuis, com uma estrutura normal, mas fraco, magro.





Natural, talvez a melhor palavra para caracterizar, no só a vida desta personagem, mas também a sua espontaneidade, tal como a sua forte referência à natureza. Segundo Fernando Pessoa os 49 poemas da série “O Guardador de Rebanhos” foram escritos na noite de 8 de Março de 1914 afirmando assim a naturalidade e espontaneidade na personalidade e caracterização dessa mesma personagem.





Caeiro é destacado também por repugnar ou expelir da sua vida o pensar (pensamento),



Acreditava que os seres simplesmente são, e nada mais, irritava-se com a metafísica e qualquer tipo de simbologia para a vida.



Para Alberto Caeiro só importava em ver de forma objectiva e natural a realidade, com a qual contacta a todo o momento. Daí o seu desejo de integração e de comunhão com a natureza.



Este despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando que pensar obstrui a visão ("pensar é estar doente dos olhos"). Proclama-se assim um anti-metafísico. Afirma que, ao pensar, entramos num mundo complexo e problemático onde tudo é incerto e obscuro.









“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...



Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.



Mas porque a amo, e amo-a por isso,



Porque quem ama nunca sabe o que ama



Nem por que ama, nem o que é amar...





Retirado do poema “Girassol” de Alberto Caeiro.





Dai este poeta ser sensacionista e levar bastante as emoções e sentidos como paradigmas, o que vai bastante ao contrário de como é Fernando Pessoa (Ortónimo), pois este despreza o sentimento o coração e dá mais importância à intelectualização e raciocinio.





Este heterónimo é também o que melhor interpreta a tese dos 3 princípios do sensacionismo para Pessoa:





“Todo objecto é uma sensação nossa;



Toda a arte é a convenção de uma sensação em objeto;



Portanto, toda arte é a convenção de uma sensação numa outra sensação.”





Pois a este só lhe interessava vivenciar o mundo que captava pelas sensações, recusando o pensamento metafísico.





Características de Caeiro na Poesia







Alberto Caeiro era como que um “Nirvana Poético” a nível de estrutura da sua poesia:



Verso livre, métrica irregular;



Despreocupação a nível fónico;



Pobreza lexical (linguagem simples, familiar);



Adjectivação objectiva;



Pontuação lógica;



Predomínio do presente do indicativo;



Frases simples;



Predomínio da coordenação;



Comparações simples e raras metáforas.





Quanto à sua temática:



Objectivismo;



Sensacionismo;



Antimetafísico (recusa do conhecimento das coisas);



Panteísmo naturalista (adoração pela natureza).









-Vê a realidade de forma objectiva e natural



- Aceita a realidade tal como é, de forma tranquila; vê um mundo sem necessidade de explicações, sem princípio nem fim; existir é um facto maravilhoso.



- Recusa o pensamento metafísico, o misticismo e o sentimentalismo social e individual.



- Personifica o sonho da reconciliação do Universo, com a harmonia pagã e primitiva da Natureza



- Inexistência de tempo (unificação do tempo)



- Poeta sensacionista (sensações): especial importância do acto de ver.



- Inocência e constante novidade das coisa.



Relação com Pessoa Ortónimo – elimina a dor de pensar









"Uns agem sobre os homens como o fogo, que queima nele todo o acidental, e os deixa nus e reais, próprios e verídicos, e esses são os libertadores. Caeiro é dessa raça. Caeiro teve essa força."



Fernando Pessoa

































Carlos João Negrão López-Caño nº8



12ºH

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